A insipidez dos olhos que deram-me forma tomou seu lugar em mim. Habita serena, como um paladar destemperado, como o sol criado por mãos humanas. Sinto-me frio, vazio, e nada há que mude isso por completo. Nada há que me convença de que sou algo maior do que vejo, nada há que eu saiba que esquente minha vontade.
Basta-me sentir a força que minhas verdades passam-me, basta-me saber que em algum momento, meus passos serão firmes não pela necessidade disso, não por um efêmero medo de não mais caminhar, mas pela sinceridade que inspira sorrisos, pela música que ilumina, pelo aroma que embebeda, pela fé que nada teme [que não se desgasta].
Eu sei onde estão minhas estacas, sei onde plantei minhas sementes, sei o que me nutri, e nunca antes ter-me importado o saber [apenas o sentir], esse é agora o solado dos meus pés.
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