quarta-feira, 30 de março de 2011

E eu continuo me perguntando porquê.

Acho que tudo se torna mais prazeroso, mais real, aceitável e divertido quando somos capazes de admitir o que realmente queremos, quando fazemos e falamos com sincera vontade algo que nos faz bem, nos faz sentir nós mesmos. Não acredito que apenas nossos atos formam quem somos, mas eles nos inspiram a seguir em frente de forma sincera para com aqueles que realmente aguentarão as conseqüências de nossos atos; nós mesmos. E não sei se os segundos gastos com respostas formuladas com a ajuda do sarcasmo ou ironia, os sorrisos frios que muitas vezes tornam rostos duros, as horas de luz que perdemos por acreditar alguns malditos números são mais importantes do que lindos raios de luz, e finalmente, as vidas que escolhemos levar por simples conveniência; não sei se essas coisas levam alguém -que queira viver- a algum lugar melhor que um fim sem graça e sem nenhuma vitória. Pra muitos o que importa é viver intensamente de forma que suas vidas se tornem apenas um fio, tão frágil quanto algo que não tem raiz, ja que a intensidade decide quando eles terão que esperar uma visita que não é muito bem vista, acho que meu conceito de intensidade é um pouco diferente.
Pois bem, eu acredito na imensidão de um segundo, e no quanto dois deles podem mudar a vida de alguém, não acredito nem aceito que tentem me impor que uma vida plena e vivida intensamente é aquela que aproveitou-se apenas o que se pode tocar e experimentar durante ela.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Enquanto arrumo todas as coisas que eu sinto...

Enquanto observava seu rosto ao sol de fim de tarde, pensava mais uma vez sobre como é difícil desfazer-se das coisas que apenas preenchem espaços que não fazem diferença.
Perguntou-se se algum dia conseguiria desfazer-se daquela imagem que amava, aquele sorriso, aqueles olhos, aquele semblante de quem é feliz apenas por viver. Ela acreditava que para quem vive por viver, é necessário muito, quem vive apenas por que está aqui, realmente não tem muito, por isso acha que precisa. Mas aqueles que vivem por que acreditam que há algum propósito em estar aqui, aqueles que vivem buscando algo realmente importante e amam por saber que assim o caminho se torna mais agradável e satisfatório; esses sim, tem tudo o que precisam.
E ela acreditava ter tudo que precisava e queria, queria algumas coisas que não eram tão necessárias, mas isso só para provar que ainda era um pouco "comum", ainda não tinha perdido totalmente o medo de ser rejeitada por suas escolhas, ainda não tinha conseguido aplicar totalmente a imagem que levou anos para criar de si mesma, mas estava indo bem, estava indo muito bem e devia um pouco disso a ele.
Ela não precisava dizer que amava aquele por do sol, ela via isso no rosto dele, e sabia que estava também estampado no seu, ela não precisava dizer que se importava por saber que a gasolina tinha acabado, e que eles estavam no meio do nada, sem nem mesmo um mapa inteiro, e sem saber qual era a distancia do posto mais próximo. E a importância que isso tinha para os dois era equivalente a de uma criança que rala o joelho numa brincadeira que adora.
Não tinham câmera, não era preciso, ela sabia que jamais esqueceria aquela imagem. Tudo que precisava estava estampado no rosto feliz dele.
Isso era necessário, esse era o seu propósito, e essa era sua vida, e por isso ela vivia com tanta vontade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

É um mistério para mim

Fala-se de liberdade, vive-se liberdade, admira-se a liberdade, e  ninguém sabe onde ela está. Ninguém realmente sabe onde ela está, e acredito que isso acontece porque ela esta dentro de cada um que questiona aquilo que acredita e ama, está dentro de cada um que busca esse dom. Porque sim, acredito que a liberdade é um dom, que como vários outros, para ser real e natural deve ser buscado e amado.
Questionamos a sociedade, as pessoas que estão no poder, questionamos nossas crenças e amores, mas creio que seja um questionamento proposital, fazemos isso apenas porque nos é ensinado que assim deve ser.
Quem acredita que cada vida é um mundo, que cada vida é importante como a sua própria, sente-se triste por cada pessoa que lutou, e morreu lutando por liberdade; de expressão, de crença, ou apenas para poder amar sem ser limitado, pelos valores de outras pessoas, que muitas vezes são fixados na hipocrisia. A unica dor maior de quem vê as coisas por esse ângulo é saber que muitas pessoas usam esse liberdade de uma forma vulgar, suja e desnecessária.
Mas acredito sinceramente, que algum dia a esperança que aqueles que buscam esse dom, seja o suficiente para torna-lo real e acessível a todos que o amam sinceramente.

We have a greed with which we have agreed.