segunda-feira, 25 de abril de 2011

There's an ocean in my eyes

Muito bem, quais são seus planos agora? Perguntava-se ela mentalmente, pela terceira vez numa mesma tarde de sol. Desejou por muito tempo não ter de chegar nesse lugar, não estagnar nem ter de esperar nada de ninguém. Mas já não dependia mais dela, fez sua parte, recebeu sua parte e sentou-se na varanda para  apreciar os dias perdidos escoarem, de forma tão liquida como as incontáveis lágrimas que foram derramadas por decisões cuidadosamente impensadas.
Era um pouco doloroso chegar onde tantas vezes condenou, era cruelmente desnecessário agarrar-se aos poucos e últimos sentimentos de raiva, eles não poderiam livrá-la,  não lhe dariam o bom senso desejado e necessário. O que restava era apenas decorar o lugar que tanto temera. Ela passaria muito tempo ali. Esperaria muito dali e das pessoas que frequentavam aquele gostoso lugar de descanso frustrado.Era como ela sempre imaginou, simples, com lindas e singelas flores silvestres, tinha o cheiro de campo que ela sempre tinha em mente, a luz era perfeita, uma incrível mistura de final de tarde com os primeiros raios de sol da manhã.
Era o lugar perfeito para se esperar, para se amar e estar, para deixar todos os pensamentos e sentimentos que tanto a torturaram. Mas a frustração era grande demais, ele não estava com ela, como tanto esperara. Não pode agradece-lo. Esperaria mais uma pequena eternidade. Esperaria apenas com sua voz em mente e seus pés bem distantes de um chão que nunca existiu.



My dreams suddenly seem so empty.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

People change as does everything

Cada um ama da sua forma, interpreta a arte da sua forma, cada um faz a sua própria arte, vivendo e apreciando aquilo que nos é dado. Pessoas nascem e morrem todos os dias, cada uma delas podia ser o amor da nossa vida, ou até mesmo o homem ou mulher mais importante do mundo, e tudo que nos limitamos a fazer é chorar apenas pelos amores que partem da nossa vida. Parece cruel não sentirmos nada quando alguém que não conhecemos parte, mas quando alguém que amamos nos deixa sentimos uma dor equivalente a todas as vidas do mundo.
Não sei porque pensei nisso, mas me fez ver o quão estranho é viver num mundo cheio de vida, de pessoas que respiram da mesma forma que eu, de pessoas que ouvem música e se permitem chorar quando uma lhes toca, que apreciam assim como eu um por-do-sol, que dançam no meio da rua, que cantam para poder sustentar suas familias ou apenas a si mesmos, o mundo está tão cheio de luz e sombras como cada um de nós, e tudo que somos capazes de fazer ou preocupar-nos é com o que fazer para ficar bem perante todos, é o que fazer para que não tropecemos de jeito nenhum, por medo de cair e não levantar mais. Infelizmente, as vezes percebemos isso muito tarde, e como uma doença na fase terminal, a unica coisa que resta é despedir-se de tudo que foi deixado de lado, talvez por um amor que não chegou, talvez por um sonho que não saiu de trás dos olhos de quem o tinha, ou simplesmente por um medo, que pode sim ser justificado, perdoado, mas que não pode restituir nada do que foi perdido. 
Pois bem, finjamos então que este é um conto de fadas, e desejemos apenas sermos claros, sermos receptivos, abertos e ao menos esperançosos. Talvez assim, tenhamos um sincero e merecido "felizes para sempre".


"Antes que eu desapareça,
Sussurre no meu ouvido,
Dê-me algo que vá ecoar
Nos meus ouvidos num futuro desconhecido."