sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Suas crianças derrubando reis.

Vomitas tua vontade sobre minha mesa, tu cospes tuas palavras no meu rosto e esperas que o vermelho não seja a minha cor? Que meu som não seja estridente? Pregas o amor a ti, mas não amas teus condescendentes, julgas sem piedade e esconde teu rosto quando a culpada és tu!  Tuas ruas são escuras e tua música é bonita, sedutora; mas de que nos serve? O que nos diz além do teu desejo de que consumamos nossas vidas contigo? Escolhes os mais fracos, os mais novos neste mundo, e fazes deles cruéis como tu, indiferentes como teu espírito de porco. Julgas indigno aquele que não dá a vida por ti, mas matas o que confia no teu poder. Que tipo de heroína és tu? Enquanto teus filhos morrem em meio a lama, lavas tuas mãos sucessivas vezes, esperando não manchá-las com tua crueldade, tua corrupção. Enquanto teus filhos dormem sobre finos papéis, teus pés dançam no mais glorioso salão, abominando o chão sujo que proporcionas aos que não têm a honra de subir ao teu palácio. Te alimentas da esperança dos teus filhos, e depois, joga-os para o alto, esperando que a queda seja grande o suficiente para que te temam com mais humildade. Transformas a fome dos teus filhos em paradoxos, em meros devaneios. Mas muitos de nós sobrevivemos a ti, sobrevivemos a tua fome, sobrevivemos ao teu poder e qualquer outra coisa que fores capaz de nos impor, de tentar nos fazer engolir. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário