quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dê-me seu amor que dele não preciso.

É na boca vermelha que teu sangue corre mais quente e mais depressa. É na dança cigana que tua alma ganha asas. É no riso escandaloso que tua vontade corrói. É na vontade que teus filhos nascem, na verdade que teus grilhões se erguem. É no escuro que enxergas melhor, é na sombra de quem foi que vives. É no âmago que te servem teu alimento, nos corações que cravas tua bandeira. 
És cruel com os fracos e resoluto com os fortes. És doce com os que te concedem um espaço em si e majestoso com aqueles que te buscam. Tua glória é tão terrena quanto tuas vontades. Teu egoísmo excede tuas barreiras, tua palavra é estridente como o ruído da porta batendo atrás de ti. És uma montanha, uma vontade, um segredo, és palavras, som e toque. És um nada repleto de possibilidades, um desejo repleto de pesares. Preenches o vazio com tua escuridão tão densa, alivias o peso daquilo que é destinado a ensinar, és rápido em dar e ávido em disparar teus tapas. Cantas o universo, a vontade, a música, o corpo, cantas a vida, aquela que dizes pertencer apenas aos audaciosos, aquela que te alimenta. Tua sobriedade é falsa, tua sanidade flerta com a lua.

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