Eu recolho minhas palavras do chão e minhas cores das paredes. Fecho meus livros, e silencio minha música. Apago minha arte, sufoco meus soluços. Maquio minha vontade a alegro teu semblante. Tiro o pó, lavo as roupas, para que delas saiam o meu perfume. Deixo os vidros brilhando, alimento os teus peixes e molho tuas plantas, viro teu cristal pro sol, e escancaro a janela.
Não sei se isso vai ajudar, não sei se vai fazer mais sentido do que faz agora, e sinceramente, creio que não esperas um sentido, um plano de voo. Esperas, e esse é o problema, não sabes o que e nem como esperar. Então, enches teu tempo com idéias compradas, com vontades banais e palavras mal escritas. Finda teu dia maldizendo o seguinte, começa teu dia meditando o sol. Escarra nas respostas e grita por liberdade. Escreve, canta, dança e ri, mas por dentro estás seco, vazio.

"Socorro alguma alma mesmo que penada, me entregue suas penas, já não sinto amor nem dor, já não sinto nada.
Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha. Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa que se sinta. Em tantos sentimentos, deve ter algum que sirva."
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