domingo, 12 de junho de 2011

E a cada hora que passa...

Não sei exatamente o que há dentro de mim, quem há dentro de mim, mas tenho dado liberdade pra esse "algo" falar por mim, foi difícil no começo, foi complicado aceitar que seria vazia se não permitisse que os dilemas que tanto me corroíam me servissem para alguma coisa além de me torturar.
A intensidade que eu buscava nas outras pessoas começou a brotar dentro de mim, de uma forma silenciosa, mas forte o bastante pra me sacudir e elevar. Passei a preferir boca vermelha a olhos pretos, passei a perceber que meu cabelo só combinaria comigo quando eu o aceitasse da forma que era, passei a me vestir e comportar da forma que queria, e as pessoas começaram a se interessar por que eu realmente era e não por que queriam que eu fosse. 
Comecei a me permitir falar o que pensava sem ter medo de que alguém não entendesse, os que tivessem a mente aberta pra compreender, esses sim precisavam ouvir. Passei a escrever com mais clareza e prazer quem eu era. Passei a usar os colares que gostava, mas que antes tinha medo que que alguém não gostasse. Passei a preferir cristais a outras pedras, passei a conversar abertamente com aqueles que me interessavam e passavam algo. Passei a tentar gostar do que não gostava graças ao que me era imposto, e aprendi muito com isso. Firmei meus preceitos e princípios, como grandes estacas que não me deixariam cair perante uma tempestade. 
Passei a me permitir, a me ouvir e meditar sobre quem eu era, e descobri que estava sendo exatamente quem estava dentro do corpo que chamo de meu.
Ainda não é simples, mas é prazeroso me olhar no espelho e ver refletida a pessoa que existe dentro de mim. Sinto orgulho daquilo que lutei pra me tornar e passar para os outros.





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