domingo, 25 de março de 2012

"Onde supus o meu ser"

Fico feliz com teu retorno minha velha querida. Sabes que por ti, o tempo deu-me grande apreço. Tuas palavras não são as mais gentis, e teus olhos costumam estar mais sedentos do que meus próprios pés. Mas sabes que em nossos devaneios, em nossos sinuosos traços, tu és minha mais querida companhia. Sabes que quando tua preguiça envolve minha silhueta, um véu me é tirado.
Peço-te com certo cuidado que sejas mais sutil por aqui, algumas coisas mudaram, algumas palavras tornaram-se mais importantes do que as tuas, aquelas que antes pulavam de teus lábios em sacrifício. Se teus nuances forem mais claros, prometo-te minha atenção. Do contrário, peço-te que vás embora, que de mim tu esqueças, ou que em mim tu não tentes mais habitar. Com pesar posso procurar outra companheira para meus dias se assim desejares. 
Não sejas cruel a ponto de me alienar, não sejas leal  a ponto de fazer-me mais feliz do que o céu tem-me feito.

“No coração do homem nasceste, em seus dedos foste moldada. Tomaste pulmões, lábios, vontades. Mataste dogmas e temores. E no fim, nada és além de ilusão.”



domingo, 4 de março de 2012

O antônimo de efêmero II

Desejo compartilhar contigo o amor que abraça meu espírito nestes dias. Quero dizer-te sobre o que sinto, sobre o que amo, sobre quão forte é saudade que invade meus olhos.
Em nenhum momento de meus dias serei capaz de demonstrar plenamente o amor que por ti eu nutri, com base em nossas lágrimas, sorrisos e atos, que as vezes eram tudo que tínhamos. Minha gratidão vai além dos laços que nos envolvem e unem. Minha felicidade, minha admiração são destinadas a ti, por teus preceitos, por teus olhos cantantes, pela tua escrita, pelos teus cabelos e pela beleza de todo o teu ser. Pela imensidão qeu habita em ti.

“Que leveis para guerra que vos dirigis o pleno amor, a luz que muitos desconhecem, as lágrimas que nutrem, as mãos que servem e repudiam efêmeros números.” 

sexta-feira, 2 de março de 2012

"Prefiro as pernas que me movimentam."

[...]

- Como se tocar teus olhos fosse me convencer de que me vês.
- Não sei do que estas falando.
- Mas estou falando. Não estou escondido atrás do biombo que pintaste pra mim. Quero que me olhes agora. Que prestes atenção.
- Minha atenção é tua.
- Quando?
- Sempre que és minha companhia.
- Não creio que estejas sendo sincera.
- E o que crês então?
- Creio fielmente que de ti nada tem sido meu.
- Tens de mim o que buscaste ter. Não é o necessário?
- Tu preferes as estradas cheias de curvas. Entre uma e outra um pedaço teu se perde. É tudo que me dás. Sempre fico atrás de ti, correndo pra recolher o que sem perceber tu deixas escapar. Não me basta mais isso. Quero mais.
- Não dessa forma. Assim, não sei o que queres.
- Te quero por inteiro.
- Antes querias por pedaços.
- Agora sou mais forte.
- Meu peso não é o mesmo.
- É mais valido, e se tu não puderes me conceder o que te peço, vou sorrir com petulância e te dar as costas.
- Vou sorrir com tristeza e te dizer que sou o que posso ser, que só sei doar aos poucos, que somos diferentes. Não sou como tuas paixões que por vezes te afogam.
- Não costumas fazer só o que podes. Fazes muito mais, és muito mais do que esse pequeno corpo diante de mim.
- O que queres dizer?
- Exatamente o que digo. Não és só o que podes ser. Tu és. É isso que quero.
- Não creio que tu consigas ir embora.
- Eu  também não. Mas por vezes não creio que estou ao teu lado, ainda que esteja.
- Quando irás?
- Quando me deres o que eu quero.
- Não estás sendo sensato.
- Se estivesse, já teria ido.