Nada sabes, mas tudo aprecias.
Não moras, não comes, não choves, não conheces. Mas te basta o chão para batucar teus pesares.
Te basta o ouvido meu para teres o que fazer, o que dizer, o entardecer.
Não te acomodes no tapete que não voa, não te alimentes do alimento que urra.
Não te desgoste o suspiro sem a dama, não te sirva a roupa sem o calor que carregas.
Não te queimes no fogo que buscas.
Não te pises em cima do outro, não sabes que é ele .
Não precisas mais do que teus pés pra andar, pra levar, pra doar por aí teu ar.
"Conta-me teus símbolos que te farei um dos meus.
Dizes por aí que nada queres, mas de mim tomas até o ar.
[Despertas o duelar de meus pés e meu saber.]
Consegues com teus dedos incendiar minha viola, enlouquecer meu sopro."
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