Ah, que desespero causa-me o teu silêncio! Me seria muito mais útil ver-te inerte ao chão, sem sentidos e nem aromas.
Negas a esta pobre alma pensante tua cor. Corrompes meus lábios com tuas letras e depois de tanto apaziguar meu espírito te retiras!
Que ser cruel és tu que não me ditas de uma vez por todas um rumo. Vives neste mausoléu, cobiçando e vislumbrando o mais feminil palácio.
Nomeias teus filhos com os nomes dos antigos viajantes. Clamas por justiça perante um trono vazio.
Tocas tua harpa sentado ao sol do meio dia, enquanto me observas queimar ao toque da lua.
Em meio as munaias que se integram à minha volta, tu apareces. Como o mais doce dos anjos, com o mais sincero dos sorrisos. Me concedes tua voz e me enlouqueces sem tua tinta.
Que tu vivas em mim, como minha cor aos poucos se desbota em ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário