quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Idílio

[...]

-Não te direi que fico contente. Não tive tempo de ensaiar as falas que me deste. Mas se quiseres me ouvir, te prometo que a sinceridade será nossa anfitriã.
- Eu sinto muito.
- Eu também. Aprendi a apreciar as diferenças que nos embalavam... Sabes que estes precipícios sempre me atraíram, e o que nos separava era ainda mais adorável.   Tinha um eco promissor.
- Não me tortures, por favor.
- Não quero torturar-te. Na verdade incomoda-me declarar-te estas coisas somente ao recuar. Diria em outra ocasião que estou à beira do abismo, mas alguma ironia me impele a dizer o contrário. Tu me deste asas.
- Então estavas nele. Por que não me disseste?
- Eu te gritei. Mas estavas longe demais. Pensei que podias me observar de onde estavas, mas só depois percebi que olhavas para o céu.
- Porque seria mais...
- Conveniente?
- Sabes que não gosto desta palavra, ainda mais dita desta forma.
- Então por que vives aplicando-a em teus dias? 


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